Sonntag, 28. August 2011

Conto: ''Clínica de Repouso''

Autor: Dalton Trevisan
Dalton Trevisan nasceu em Curitiba PR, em 14 de junho de 1925. Formado pela Faculdade de Direito do Paraná, liderou em Curitiba o grupo literário que publicou, em 1946, a revista Joaquim (em homenagem a todos os Joaquins do Brasil). A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, entre os quais Sonata ao luar (1945) e Sete anos de pastor (1948). Em 1954, publicou Guia histórico de Curitiba, Crônicas da província de Curitiba, O dia de Marcos e Os domingos ou Ao armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira. 
A partir da gente de sua cidade, chegou a uma galeria de personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são agudamente recriados por meio de uma linguagem precisa e de sabor genuinamente popular, que valoriza os mínimos incidentes de um dia-a-dia sofrido e angustioso. Publicou também Novelas nada exemplares (1959), Morte na praça (1964), Cemitério de elefantes (1964) e O vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais, Trevisan obteve, sob pseudônimo, o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A guerra conjugal (1969), Crimes da paixão (1978) e Lincha tarado (1980). Em 1994, publicou Ah é?, obra-prima de seu estilo minimalista. Além de escrever, Trevisan exerce a advocacia e é proprietário de uma fábrica de vidros.
As histórias de Dalton Trevisan, um dos melhores contistas brasileiros contemporâneos, reproduzem um cotidiano angustioso numa linguagem direta e popular.

O Conto
Estética: Texto escrito em prosa, de frases curtas, e marcado pela fala dos personagens. É uma narração simples e com palavras bastantes regionais, como ‘’broinha de fubá mimoso’’ ou ‘’melindrosa’’.
Elementos Narrativos:
Narrador:  Narrador observador, não estando presente no conto.
Tempo: O tempo é curto e, por ser formado basicamente por pequenas falas, o conto dá a idéia de uma sequência rápida dos acontecimentos, o que acarreta o leitor estar sempre ligado nos acontecimentos da narrativa.
Espaço: A historia acontece primeiramente na casa de Dona Candinha mas logo depois se passa em seu quarto e termina na clinica de repouso ou asilo, no qual a senhora ficou internada.
Personagens: Dona Candinha, sua filha Maria e o noivo de Maria, João.
Enredo (Síntese do Conto): O conto começa com Maria, filha de Dona Candinha, pedindo a mãe para que esta hospedasse o irmão de uma amiga sua de infância que, sem conhecer ninguém na cidade, não teria como pagar pensão até poder achar algum emprego. Mas Dona Candinha começa a se incomodar com a presença do hóspede e fica inconformada ao saber que este era o noivo de sua filha, quando os vêem aos beijos.O noivo, assustado, vai embora, mas Maria não aceita a sua saída e as conseqüentes briga entre mãe e filha deixa Dona Candinha extremamente doente. Os dias passam e a filha não acredita na doença da mãe, achando que inventou estar de cama para castigá-la. Tal fato mostra o quanto a filha não se importava com a opinião, nem tão pouco para as dores psicológicas e fisicas da mãe.
Com o passar dos dias, Maria decide internar a mãe no Asilo, entre doidos, epiléticos e alcoólatras, na qual um sistema de alto-falantes ameaça com choques e injeções., mostando desleixo da filha que bota a mãe no asilo sem saber que a doença de sua mãe era real e que estava sendo acarretada devido a tantos problemas.Ressentida com o tratamento que a filha que criara estava lhe dando, a senhora, internada no asilo, vê os dias passarem tratando uma mosca que, afeiçoada a ela, vem alimentar-se sobre sua mão.
Daton Trevisan consegue captar o poético a partir de textos extremamente objetivos. Dona Candinha, abandonada pela filha, encontra consolo em uma última companheira: a mosca. É importante perceber que a atmosfera construída pelo autor resgata o lirismo a partir de um final absolutamente insólito. Em síntese, a narrativa expõe importância das relações interpessoais, tanto na vida de hoje, quanto na de ontem. Quando a temos, nos perdemos entre problemas e intrigas, por coisas consideradas banais, faltando tolerância e dialogo. 

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